Cuide da sua dor.
- Paula Slyrim
- 20 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
Ninguém gosta de sentir dor.
Ninguém sente dor e em sã consciência pensa: "uau que legal, sinto dor.
Estou triste. Adoro ficar triste, magoado, com raiva. É tão bom!"
É quase impossível conscientemente amar lembranças dolorosas.
Entretanto, justamente por ser difícil aceitar essa dor é que camuflamos durante muito tempo nossas tristezas, nossas desilusões.
Nós seres humanos fomos treinados para vencer. Vencer. E qualquer tipo de sentimento que esteja fora dessa linha "eu sou o máximo" é colocado para debaixo do tapete. Mas mesmo guardado lá no fundo, bem escondido, esse sentimento está ali.
E, muitas vezes, a gente passa a vida toda querendo sumir com essa lembrança dolorosa, com aquela desilusão... Todavia, enquanto não olharmos essa dor com muito amor e compaixão, ela estará dentro de nós, ocupando um lugar privilegiado em nossos corações.
Muitas vezes essa dor vai nos moldando, vai criando máscaras, mecanismos de defesa.
Vai enraizando em nosso ser e quando vemos, já não sabemos o que é a dor e o que é a gente.
Já está tudo tão misturado que desejamos deixar tudo como está. Afinal, mexer com a dor, aceitar a dor, perdoar a dor dá trabalho. Requer um carinho enorme consigo mesmo, uma compaixão linda com a vida e um amor próprio divino.
Reconhecer a dor é para quem deseja vida de verdade, entrega.
Pq não tem jeito, se buscamos o caminho do autoconhecimento, da espiritualidade, em algum momento nos deparamos com essa dor e enquanto não encaramo-as frente à frente, olhos nos olhos, ela vai atrapalhar o nosso florir, a nossa experiência aqui na terra.
Então, se você quer olhar para si mesmo e fechar um compromisso de cumplicidade e amor com seu próprio coração, cuide da sua dor.
Com cuidado e ternura.
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